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Câmara de Rio Preto debate segurança nas escolas

Audiência Pública foi realizada pela Comissão Permanente de Defesa da Cidadania da Câmara
Câmara de Rio Preto debate segurança nas escolas

Audiência foi realizada no Plenário da Câmara

[13/04/2023]

A Comissão Permanente de Defesa da Cidadania da Câmara de São José do Rio Preto realizou audiência pública nesta quinta-feira (13/04) para tratar de questões relativas à segurança nas escolas do município. A Comissão é presidida por João Paulo Rillo (Psol) e tem como membros os vereadores Anderson Branco (PL), Júlio Donizete (PSD) e Jorge Menezes (PSD).

Diante de casos de violência registrados em ambiente escolar pelo Brasil, os vereadores abordaram o tema junto a autoridades da Segurança Pública, gestores públicos e profissionais da área da Educação. O vereador Júlio Donizete presidiu o evento e enfatizou a necessidade da discussão do tema com especialistas e toda a sociedade. "O aumento da violência tem deixado toda a sociedade alarmada, é fundamental que medidas de proteção sejam tomadas para proteger nossos jovens e profissionais da educação. O que estiver ao alcance dos vereadores e do Poder Executivo será feito, no sentido de buscarmos soluções".

A secretária municipal da Educação, Fabiana Zanchetta, declarou que o momento é de união, do fortalecimento da cultura da paz e da ampliação da mediação de conflitos no ambiente escolar. “Isso deve ser feito de forma constante, porém sem transformar a escola em um ambiente hostil para as crianças e jovens. Eles precisam se sentir acolhidos. E, além disso, devemos usar as estratégias de segurança necessárias”.

O Secretário de Governo, Jair Moretti, assegurou que o município já tem medidas de prevenção e combate à violência. “A GCM já faz um ótimo trabalho e, agora, teremos melhorias com a criação da secretaria municipal de Segurança Pública, assim como investimentos dos governos Estadual e Federal”.

O defensor público Júlio Tanone apontou duas frentes que devem ser tratadas nos debates sobre a questão da segurança nas escolas: a comunicação em massa e desorganizada nas redes sociais, que gera pânico na população, e um projeto efetivo de mediação de conflitos nas escolas, proporcionando a cultura de paz. “Devemos ter cautela para não propagar notícias falsas e temos que priorizar as medidas pedagógicas preventivas”.

Representando a Polícia Militar, o Major Maurício, subcomandante do 17º BPMI, disse que o momento é de preocupação, mas que já há medidas sendo adotadas para o combate diante de possíveis ameaças. Apontou a ronda escolar, o aplicativo 190 São Paulo e o programa Vizinhança Escolar como ferramentas importantes de prevenção. “Tanto o telefone 190 quanto o aplicativo são meios de comunicação eficazes. As denúncias relacionadas ao ambiente escolar são priorizadas”, declarou.

Representando a Associação dos Trabalhadores da Educação Municipal, o coordenador Fabiano de Jesus falou sobre a necessidade de adequar os treinamentos de segurança entre os profissionais da educação. “Temos que ter ações mais efetivas e exigir o cumprimento das leis que existem para proteger a população”, afirmou, cobrando o apoio aos professores e funcionários em situações de risco.

O juiz da Vara da Infância, Evandro Pelarin, ressaltou que a Câmara Municipal é o local ideal para o debate de temas de interesse da população e que, no momento, é importante avaliar o papel que cada cidadão exerce em um momento de tensão. “O impedimento à educação é prejudicial aos jovens. Não podemos disseminar o pânico. Não existem, no momento, riscos concretos e devemos tomar cuidado com as notícias de propagamos”.

Pelarin ainda alertou a população para os crimes que são cometidos ao divulgar, criar ou compartilhar informações falsas, que causem alarde, tumulto ou façam apologia à violência. “Está sendo realizada a condução coercitiva de pessoas que postam mensagens que possam causar transtornos, para que expliquem a motivação e a origem dessas informações”.

O vereador João Paulo Rillo alertou os presentes para os perigos do alarmismo e do pânico gerado pela disseminação de postagens com ameaças à segurança no ambiente escolar. “É preciso fazer uma reflexão profunda para não darmos força a esse movimento que gera transtornos para toda a sociedade. A escola é um lugar seguro. Não é momento de alarme e suspensão das aulas, toda a sociedade está movimentada para resolver essa questão e temos mecanismos para isso”.

O vereador Anderson Branco reforçou que a Câmara de Rio Preto cumpre seu papel, dentro de suas atribuições, para coibir os atos de violência. “Apresentei um projeto para que todas as escolas tenham detector de metais, como recurso para inibir as ações criminosas. Câmeras, muros mais altos e controle na entrada das escolas são medidas eficazes, além da punição aos agressores”, declarou.

Convidado para abordar o tema da violência nas escolas durante a audiência, o professor Paulo Napoli, vice-diretor da escola estadual Deputado Bady Bassitt, apresentou dados coletados por estudos realizados no Brasil e no exterior, traçando o perfil dos criminosos que realizaram ataques nos últimos anos.

Napoli apontou as organizações de grupos nazistas como responsáveis pelo recrutamento de jovens para atos criminosos desse tipo, indicando que há mais de 500 células espalhadas pelo País. “Esses jovens são recrutados por meio de jogos online ou redes sociais. O objetivo é promover o caos social e o medo, como está acontecendo atualmente”. Como propostas efetivas, o professor indicou o acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais para os estudantes, trabalho em conjunto das secretarias e endurecimento das leis sobre a divulgação de conteúdos nazi-fascistas.

A professora da Unesp Luciana Nogueira reforçou a fala do vice-diretor e declarou, como estudiosa da questão da violência no ambiente escolar, que esse é o momento de unir a sociedade em torno desse debate. “Esse é um problema que tem forte relação com os discursos de ódio propagados em nossa sociedade, por isso precisamos do apoio de todos e de políticas públicas efetivas”, discursou a professora, colocando-se à disposição do Poder Público para a elaboração de estratégias baseadas em estudos realizados por especialistas.

Pais de alunos, representantes de escolas do município e vereadores fizeram uso da palavra e puderam contribuir para o debate, que contou com opiniões diversas sobre as prioridades no combate à violência.

Comunicação/ Câmara Municipal

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